Profissionais da área falam das tendências do segmento e apontam que, com a pandemia, ficou mais escancarada a diferença no acesso à rede
Ninguém sabe ao certo o motivo pelo qual em 17 de maio é comemorado o Dia Mundial da Internet, também conhecida como Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação.
A única certeza que se tem é que a data foi estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) em janeiro de 2006, e a ideia é refletir sobre as potencialidades e desafios das novas tecnologias na vida de todos. Sendo assim, nada melhor do que ir ao mercado para ouvir a opinião dos profissionais do setor para saber para onde vai, com tanta pressa, a internet.
Os últimos acontecimentos, como a possível volta do Orkut e a compra do Twitter por Elon Musk, além da pressão por regulamentação e o futuro das redes sociais, sinalizam ainda mais agitação pela frente.
O PROPMARK foi buscar junto a profissionais da área algum sinal de fumaça sobre a tendência da internet e das redes sociais.
Vini Chagas, head de design de conversas da Dentsu International Brasil, fala que, para ele, depois de tanta evolução, do crescimento da importância e da mudança de papel das redes sociais, é importante que se olhe para elas com a responsabilidade e o cuidado que inspiram.
“Não podemos compactuar com a transformação de um aparato que está a serviço da comunicação, entretenimento e tantas outras frentes importantes, em máquinas de desinformação e propagação de fake news”, analisa.
Ele acredita que a principal reflexão que o Dia da Internet deve trazer é o acesso à tecnologia para além do seu importante papel. Segundo ele, com a pandemia ficou ainda mais escancarado o atraso na inclusão digital, que acabou prejudicando muitas pessoas.
“É um tema importante, que deve sair do papel e das reflexões e virar políticas afirmativas, que garantam a todos o direito a usufruir de tecnologia”, diz.
Para ele, a inclusão digital é urgente, para que todos possam ter as mesmas oportunidades. As regulamentações são assuntos igualmente urgentes para Chagas, pois elas podem ajudar muito na preservação das pessoas em relação à propagação de notícias falsas, por exemplo.
“Mas o seu não-cumprimento precisa ser penalizado para que sejam realmente efetivas e não vejamos, como hoje, alguns fomentando a desinformação impunemente”, fala. Para ele, fake news se resolve com regulamentação e, principalmente, punição efetiva dos responsáveis.
Sobre a cobrança de conteúdo, Chagas afirma: “O conteúdo venceu!”. Na opinião dele, não é sobre “diminuir a dependência de publicidade”, mas sobre como a publicidade se transforma para fazer sentido em um ambiente onde as pessoas não gostam de #ad.
Cris Camargo: internet ganha impulso na pandemia
“As marcas estão em um movimento de entender como tornar suas mensagens palatáveis e entregá-las como entretenimento para as pessoas em sua jornada digital”, comenta. Para ele, é superdesafiador, mas também é muito bom ver que isso já começa a se tornar realidade.
Quando o questionamento gira em torno do modelo do YouTube, que tem plano pago para quem não quer ver propaganda no meio da música, ele volta a falar que as marcas devem começar a olhar para esses produtos de entretenimento e entender como fazer parte daquilo.
“É como os product placements em videoclipes no próprio YT, por exemplo. As marcas ali aparecem mesmo para os assinantes”, conclui Chagas.
Impulso
Já Cris Camargo, CEO do IAB Brasil, lembra que a inclusão digital – ou falta dela – é um ponto que ganhou grande impulso durante a pandemia da Covid-19, principalmente nas áreas rurais.
Ela aponta números que mostram o quanto a internet cresceu, apesar do efeito nefasto da pandemia. “Foi um efeito rebote positivo, porque as pessoas dependiam do uso de novas plataformas”.
O IAB Brasil fez parceria com a Kantar Ibope Media, que resultou no lançamento do estudo Digital AdSpend e trouxe para o mercado uma análise que apresentou o fortalecimento da publicidade no digital.
O investimento acumulado foi de R$ 36,9 bilhões, considerando o ano de 2020 (R$ 23,7 bilhões), e os seis primeiros meses de 2021 (R$ 13,2 bilhões). Na análise comparativa de janeiro a junho de 2021 com o mesmo período de 2020, o Digital AdSpend indicou que os investimentos em publicidade digital tiveram um crescimento de 25% no primeiro semestre do ano.
Em relação à distribuição por tipo de dispositivo, mobile e desktop, os números ficaram bem próximos ao mesmo período de 2020, cujos anúncios publicados em mobile representaram 73% do share total.
Fernando Moulin, partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente, acha excelente ter um Dia Mundial da Internet com o propósito de pensar sobre a tecnologia.
Léo Andrade: maior discrepância, maior o abismo
Para ele, todas as vezes em que se busca refletir acerca do papel absolutamente transformador que a internet desempenha em cada minuto das vidas das pessoas, em uma sociedade cada vez mais conectada – inclusive no tocante à necessidade urgente de se integrar os “excluídos digitais” no conjunto das inexoráveis mudanças trazidas pela tecnologia nas vidas de todos.
“É impossível conceber um mundo melhor e mais desenvolvido sem o apoio da tecnologia e da digitalização – e estar consciente também dos riscos trazidos por essas soluções é fundamental para que possamos reduzi-los, aumentando as possibilidades do emprego positivo de tudo que a internet nos traz de melhor”, analisa.
Amadurecimento
Para Moulin, é importante ter a perspectiva que as redes sociais ainda são uma inovação muito recente, sob uma ótica histórica. “A maioria das soluções hoje utilizadas massivamente em todo o mundo tem menos de 15, 20 anos de existência”, lembra ele, acrescentando: “Neste contexto, acho que ainda haverá um amplo processo de amadurecimento da consciência e uso das redes sociais pelas pessoas, organizações em geral e governos – por exemplo, em relação à adequação dos termos de uso às legislações do ‘mundo real’, da maior reflexão sobre o uso exacerbado das redes sociais e seus impactos na saúde mental, privacidade verso exposição excessiva”.
Ele diz também que antevê um amplo processo de consolidação, integração, novas redes que surgirão e outras que certamente deixarão de ser relevantes em um futuro próximo.
“Ainda teremos muitas mudanças antes de entendermos melhor, sob uma perspectiva mais ampla, o papel e influência plena que as redes sociais têm e deixarão de ter em nossas vidas. As mudanças no Twitter se encontram neste contexto”, avalia.
Em relação ao possível retorno do Orkut, Moulin vê correlação com um movimento mais amplo em termos de tendência social, com certos grupos buscando em suas referências de memórias passadas maior solidez e clareza para enfrentar as rápidas e incompreensíveis mudanças da era em que se vive.
“Este é um processo clássico na evolução das artes, moda, música, e não haveria por que ser diferente com as redes sociais: conforme os anos passam, algumas referências do passado que tenham deixado de existir, mas ainda contêm um grande número de fãs e admiradores no presente, sempre terão seu apelo e seu público cativo. Isso também acontece fora da internet (um exemplo é o anunciado retorno da marca Mesbla ao mercado varejista brasileiro)”, explica.
Abismo
Mas o grande desafio para ele reside na inclusão digital. O partner da Sponsorb se ancora em estudo recente da PWC/Instituto Locomotiva chamado O Abismo Digital no Brasil, que aponta que menos de um terço da população pode ser considerada plenamente conectada, de acordo com os padrões internacionais de avaliação.
“E estes brasileiros são predominantemente pessoas brancas das classes A e B. Enquanto isso, metade dos brasileiros (principalmente negros e pardos das classes C, D e E) fica sem conexão por quase a metade do mês, sendo que 58% dos brasileiros somente têm acesso à conectividade por celulares e não dispõem de dispositivos adequados para se educar, consumir e exercer plenamente sua cidadania”, relata.
Ele acredita que esse desafio somente será superado ou mitigado com uma ampla agenda nas esferas pública e privada de digitalização, que, infelizmente, “até o momento foi pouquíssimo discutida na pré-campanha eleitoral”.
Caroline Capitani: há imensas diferenças regionais
“Haverá a necessidade de massivos investimentos em banda larga, equipamentos de hardware, modernização de instituições de serviços e educação em geral, e muito mais. É uma questão gravíssima e, no atual ritmo, somente será resolvida em décadas – o que deixará o Brasil extremamente atrasado numa questão crucial do século 21, em que as nações mais competitivas e pujantes serão aquelas que tiverem ampla conectividade e liderança tecnológica. Há muito por fazer. Conectividade é tão vital para uma vida plena quanto o acesso a água e a alimentos”, argumenta ele.
Desconectados
Abel Reis, sócio-diretor da UOTZ, aposta que no futuro as redes sociais terão seu modelo de audiências e de negócios drasticamente redesenhados pela consolidação das tecnologias da web 3.0.
“Significa que os grandes players do setor enfrentarão pressão por mudanças no regime de propriedade de dados de usuários e de conteúdos produzidos por criadores e publishers”, garante.
Para Reis, a inclusão digital também segue como um grande desafio no Brasil. Ele recorre à recente pesquisa da PWC, que mostra que o país tem mais de 33 milhões de desconectados, pessoas sem acesso à internet, grupo composto predominantemente por homens, não alfabetizados, idosos e categorizados como classes C, D e E.
“O Brasil mantém ainda mais de 41 milhões de pessoas com acesso médio de 19 dias no mês, grupo composto por moradores da região Norte e Nordeste, com celular pré-pago, menos escolarizados, negros oriundos das classes D e E”, revela.
Já Caroline Capitani, VP de inovação e negócios da Ilegra, empresa global de
design, inovação e software, acredita que é provável que nos domicílios de pessoas em situação de vulnerabilidade social os integrantes tenham até mais acesso a smartphones do que a água potável e serviços básicos.
“Porém, precisamos reforçar que há imensas diferenças regionais e sociais, que fazem com que a gente não passe a pensar em um único Brasil. Outro aspecto importante é que as pessoas precisam ter acesso a computadores com banda larga para realizar tarefas mais complexas – inclusão digital não é simplesmente acesso a telefone com internet, que nos permite atividades mais simples. Mas, à medida que o tempo passa, vai tendo uma maioria tardia que está ingressando, as novas gerações ensinando as mais velhas e consequentemente vai aumentando a inclusão. Vejo avanço, sim, mas estamos falando de diferenças regionais e sociais grandes no nosso país que precisam ser consideradas”, declara.
Ela vê os movimentos da internet, como a volta do Orkut, também com otimismo. Caroline encara como um resgate, uma tentativa de trazer de volta uma rede que fez muito sucesso, envolvendo o saudosismo, pois teve uma legião de usuários. “Uma tentativa de fazer uma frente com as redes sociais que estão em evidência nos últimos anos. Resgate, saudosismo é algo cíclico como a moda, que vai e vem”, compara.
Zonas livres
João Passarinho Netto, vice-presidente de estratégia criativa da Jotacom, acredita que o Dia da Internet é uma data interessante para promover a inclusão digital e
fomentar as interações e dinâmicas entre universo virtual e real. Ele diz concordar com o propósito de provocar essa reflexão sobre a tecnologia, cada vez mais imprescindível na vida de todos.
Sobre a volta do Orkut ele fala que as redes sociais vão cada vez mais caminhar para “zonas livres” de conteúdo, com todas as vantagens e perigos que podem acontecer em um cenário de livre arbítrio.
“Vantagens pela liberdade de expressão e perigo pelas fake news imputadas em larga escala. Apesar de acreditar numa regulamentação mínima e obrigatória em relação ao lado criminal, o propósito das redes sempre foi liberdade, possibilidade, inovação e expressão”, arrisca.
Para ele, a inclusão digital também é fundamental e é um caminho sem volta. “A popularização de acessos abertos deve se tornar uma realidade, assim como em países mais desenvolvidos se tornou algo comum. É quase que uma obrigação (e interesse) ter cidades inteligentes e conectadas”, analisa.
Segundo Passarinho Neto, em um primeiro momento, houve a “onda” da popularização do mobile, agora se deve seguir para um acesso de qualidade, que permita a idealização dos conceitos de web 3 que potencializarão as possibilidades de interação entre humanos e máquinas, evoluções de aprendizado e até geração extra de riqueza e oportunidades.
Zizo Papa, CEO e sócio-fundador da Trace Brasil, arrisca dizer que não há mais como distinguir a humanidade da exponencialidade tecnológica. “Estamos simbioticamente conectados”, diz sobre o propósito do Dia Mundial da Internet.
Para ele, mais que uma reflexão sobre a data, é preciso entender a fundo o impacto que essa evolução traz para a condição humana. “Como nos relacionamos e trabalhamos. As questões éticas e regulatórias sobre as múltiplas transformações que testemunhamos. As mudanças comportamentais, sociais e o impacto que isso tem na nossa saúde física e mental”, destaca.
Sobre os movimentos que a internet vive hoje, com a volta do Orkut e a compra do Twitter, Papa busca na fala do ex-presidente americano Barak Obama, semana passada em Stanford, para expressar o que pensa a respeito: “as redes são ferramentas e como tais devem, necessariamente, ser apoio para construção e evolução e não o contrário, involução e destruição”.
Transfomação
Papa também aponta que a inclusão passa “pela radical e completa transformação da base educacional dos países”.
“Infelizmente ainda existe muita política ao redor do tema mais importante para o futuro do país. A revolução educacional da base automaticamente promoveria essa inserção pois os mecanismos de transformação estariam programados no DNA das novas gerações”, diz.
Renan Mota, founder e co-CEO da Corebiz, acredita que a inclusão digital tenha acontecido até mais rápido do que ele imaginou, mas ainda acha que deveria ter acontecido muito antes.
“Ter acesso ao digital é diferente de quem usa ou não bem a tecnologia. Diminuímos um pouco a questão da falta de acesso, por ser mais barato ter um computador ou smartphone, além da internet estar mais em conta e isso tende a aumentar o número de usuários, contudo, o mais importante é como as pessoas realmente usam essa tecnologia”, lembra Mota.
Segundo ele, as pessoas, muitas vezes, usam mais as redes sociais. “Acho que se elas usassem melhor o digital, seria bom para o país como um todo, mas é difícil saber o prazo disso. Temos um processo ainda muito grande de transformação. Mas continuo otimista e creio que no futuro as pessoas vão aprender cada vez mais sobre a boa convivência online”.
Léo Andrade, influenciador e especialista em tecnologia, referência em low-code e no-code no Brasil e autor dos e-books gratuitos A Revolução Low-Code e Citizen Developers, o tema inclusão digital é “bem complexo porque depende do acesso à informação”.
“Encurtar essa distância depende de ações que tornem a internet acessível para todos. E quando falamos de internet, estão inclusos dispositivos para acessá-la. Quanto mais discrepância houver no país, maior será o abismo. É um assunto complexo e polêmico, pois trata-se de ter acesso à internet de qualidade através de dispositivos igualmente capacitados. O grande problema é que estamos num Brasil desigual”.
O Dia da Internet para Marcelo Pincherle, vice-presidente de operações do GDB, deve ser de reflexão mesmo, pois é fundamental.
Segundo ele, a internet tem sido uma das bases da atual sociedade e permeia boa parte (senão quase a totalidade) das decisões. “Proporcionou o encurtamento das distâncias, disparou a eficiência de diversos processos e foi nossa grande aliada na pandemia. Mas é nela também que fomentamos nossos vícios, suportamos ações violentas e temos alguns de nossos piores comportamentos. Como tudo na vida, deve ser encarada com equilíbrio e moderação, fazendo-se, portanto, muito necessário refletirmos sobre qual direção devemos seguir nesse avanço inevitável da rede mundial de computadores”, analisa.
Para ele, a internet tem sido uma gigantesca força transformadora, por ser, provavelmente, a maior fonte de informação que se tem hoje, acaba sendo o principal veículo para a difusão de novos processos, ideias e negócios em todo o mundo.
“Prover, de alguma forma, o acesso amplo à rede, deveria ser objetivo de todos nós. Ideias transformadoras virão desse processo e o encurtamento das distâncias – não apenas físicas – acontecerá.”
Conforme palavras dele, as diferenças de idade, nacionalidade, renda ou cultura já são radicalmente reduzidas através da tecnologia, permitindo à sociedade um olhar mais horizontal e democrático nesse sentido. “Instituições públicas, privadas, grandes empresários e a sociedade em geral devem batalhar mais para garantir a máxima inclusão digital, sabendo que as próximas grandes ideias e soluções para eternos problemas do mundo virão de lá”, conclui.
Cobrança
Sobre os movimentos em torno da cobrança de conteúdo, diminuindo a dependência das plataformas da publicidade, Abel Reis acredita ser uma tendência irreversível que deve beneficiar muito da expansão do uso das moedas virtuais.
“Os atuais incumbentes da indústria digital vêm praticando modelos mais tradicionais. Novos formatos surgirão”, declara.
Já João Passarinho Netto não acredita na generalização da cobrança de todo conteúdo, pois isso “acabará limitando o acesso às infinitas fontes por razões óbvias de custo”.
“Acredito bastante numa revolução da publicidade no formato de conteúdo. Anúncios orgânicos, bem inseridos num contexto real e fluido. Seria uma era de menos ‘call to action’ e mais sutileza na comunicação. A marca que fica no inconsciente organicamente. Dessa forma pode surgir um modelo híbrido com publicidade sutil, com conteúdo patrocinado sem forçar a barra”, explica.
Caroline Capitani acredita ser bem ruim cobrar pelo conteúdo, uma vez que pode impedir a pessoa de consumir informação relevante.
“Não deixa de ser uma atitude de exclusão. E você pagar uma série de assinaturas diante do cenário econômico que nos encontramos é para poucos. A experiência e o acesso à informação serão prejudicados. Eu, particularmente, sou contra. Entendo que os veículos precisam ser remunerados, mas há necessidade de se pensar em fontes de receita alternativas. Cobrar é uma iniciativa excludente”, argumenta.
Conforme opinião de Caroline, opções como do YouTube ou até Spotify, LinkedIn, entre outros, que usam o modelo freemium, não obstruem o acesso e cobram pelo nível de personalização. “É mais democrático e inclusivo. Freemium é uma alternativa interessante como modelo de negócio”, opina.
Ao contrário da maioria, Zizo Papa acha necessária a conscientização que conteúdo relevante tenha valor. “É produto. Ou seja, há que se remunerar sempre a produção dos mesmos, seja por maneiras cada vez mais sofisticadas de inserção de publicidade seja cobrando”. Para ele, o modelo híbrido, publicidade e cobrança de conteúdo, tem se mostrado uma alternativa promissora.
Marcelo Pincherle concorda com a opinião de Zizo Papa quanto ao modelo híbrido para se sustentar. “Acredito muito em modelos híbridos, que de forma transparente oferecerem diferentes valores aos seus consumidores. Aqueles que que buscam ambientes mais exclusivos e imersivos dentro de conteúdos deverão buscar soluções pagas por isso, mas a grande maioria vai optar por modelos mais tradicionais, com publicidade. Se nós, como indústria da propaganda, fizermos cada vez um trabalho melhor com relação à experiência dos usuários, respeito à privacidade e transparência aos processos, certamente influenciaremos nesse processo. Esta transformação depende de nós e é importante para financiar a produção de futuros conteúdos, realizações e experiências que estão por vir”.